- Nenhum homem é hipócrita nos seus prazeres.
Albert Camus
Eu sou dominador
Eu sou sádico
Eu sou pesquisador fetichista
No BDSM sou o Sadic, popularmente conhecido como Mestre Sadic. Descobri que tinha fetiches ainda com minha primeira namorada, entre 2008 e 2009, nós dois buscamos entender um pouco mais na medida do possível, eis que conhecemos outros adeptos navegando pelas comunidades do Orkut (saudades!). O relacionamento acabou não indo para frente, mas a curiosidade continuou.
Comecei a estudar assiduamente em 2010 e assim como vocês, alguém também me ensinou. Tirou todas as minhas dúvidas iniciais, formalizou alguns contextos e explicou categoricamente cada termo para que eu não me perdesse, mas apenas mais tarde, em 2013, voltei a ter contato com o BDSM de uma forma mais organizada e já sabendo o que estava fazendo. Venho praticando cotidianamente desde então.
Hoje dou palestras sobre o fetiche, entrevistas, além de mentorar alguns novatos a respeito do universo BDSM, pois instruo-os como começar e o que não fazer. Nesse caso, tenho um bom conhecimento de causa. Meu objetivo sempre será propagar o conhecimento e não me aproveitar dele.
- Nenhum homem é hipócrita nos seus prazeres.
Albert Camus
BDSM é um termo que está muito em alta no Tumblr, Twitter, Instagram e Facebook e como estamos na era pós-digital, os conteúdos aparecem para nós através de hashtags ou postagens, mas os textos ou fotos nunca vêm acompanhados por um guia prático dizendo como praticar.
Quando pesquisamos a respeito desse tema, encontramos a definição de BDSM ligada ao significado do acrônimo ‘Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo’, mas afirmar isso é reproduzir um erro semântico e, consequentemente, sustentar a discussão digital de que o BDSM é legitimar abusos.
Muito mais do que um acrônimo, o BDSM é um movimento de contracultura sexual que surgiu como forma de expressar desejos sexuais diferentes do que se considerava “normal” ou convencional para a época. Desenvolvi um curso em que irei abordar o conceito de sexo, sexualidade, fetiches, libido, e explicar de onde vem a culpa que acompanha a prática desses prazeres diferentes.
Vou mostrar para você que a nossa identidade é composta por personas diferentes e que a forma como você expressa a sua persona sexual não é errada e você não precisa sentir culpa por isso, desde que esse processo esteja sempre pautado no princípio da consensualidade.
Ao final do curso, você vai entender a importância do papel dos movimentos políticos e sociais na desassociação do BDSM com violência e que, uma vez que sua conduta seja ética e você esteja praticando tudo com consensualidade, responsabilidade e respeitando os limites da relação, não há necessidade de se pensar em doença ou culpa.
A verdadeira viagem de descoberta consiste em não procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos.
Marcel Proust